Mochilóbook

terça-feira, 12 de março de 2013

Porque escolhi a Mochila?!


A necessidade de transportar bens, fossem eles, alimentos, livros, brinquedos, roupas, ou mesmo só a vontade de carregar comigo um “adorno” para completar a indumentária, surgiu desde os mais tenros anos da minha existência.

Como todos, procurei logo que o “vasilhame” para transporte, me distinguisse dos demais, que marcasse a minha presença.

Primeiro surgiu a pasta. Uma pasta em couro, parecia um Médico, um Engenheiro, era um qualquer Doutor de palmo e meio. Já nessa altura se podia ser doutor, sem estudar, bastava procurar a equivalência na pasta.

Sempre ouvi dizer que, um “Burro carregado de livros é um Doutor”, mas era um fardo muito pesado para mim.
Mais tarde surge o saco. Não era um saco qualquer, era um igual ao que o futebolista da moda naquela época usava, de uma marca conhecida, que só pelo seu símbolo dava ares de uma certa nobreza. Chegava a qualquer lugar e estacionava o meu bólide, em primeira fila, para que todos apreciassem e sonhassem com o dia em que também tivessem o seu. Contudo, percebi que as minhas costas e ombros não alinhavam com “novo-riquismo”, e arrumei o antigo objecto de desejo no fundo do arrumo mais desprovido de luxos, e com semblante mais austero que tinha em minha casa.

Perdido, e sem o “vasilhame” certo, cheguei a andar com as coisas na mão, cheguei a não saber o que fazer, e pensei que o meu destino fosse usar um qualquer saco de plástico de hipermercado, que todos os meus sonhos estariam irremediavelmente perdidos.
Certo dia, quando já nada o fazia esperar, eis que surge uma luz, diria (aos dias de hoje), que a minha vida se transformou num palco iluminado e cheio de brilho. Ofereceram-me a minha primeira Mochila. No princípio estranhei, tenho de confessar, aquelas alças, o tecido impermeável, compartimentos para os mais variados objectos que transportava, não era normal. Fiquei mesmo desconfiado, o ditado é antigo e diz, “Quando a esmola é muita, o pobre desconfia”. Os dias foram passando, e cada vez gostava mais da companhia da Mochila, senti que estava ali o “vasilhame” com que sempre sonhei. As minhas costas e ombros rejubilavam de alegria, não mais doeram, e marcas… nem vê-las. 

A relação de confiança cresceu a cada momento, quando dei por mim, já era amor. Amor que cresce, e floresce a cada dia. Posso dizer que somos felizes! Poucos são os dias em que não saímos juntos, e quando isso não acontece vou sempre dar um carinho à minha Mochila antes de dormir.
  

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