Mochilóbook

quinta-feira, 28 de março de 2013

Gostos não se discutem

Umas são verdadeiras
Outras falsas
Umas rijas
Outras seguram-se com alças
Há as redondinhas
E as mais compridas
Umas empinadas
Outras descaídas
Há quem as goste de exibir
Ou só de as mostrar em privado
Uns gostam delas grandes
Nós gostamos de as ver em todo o lado...

quarta-feira, 27 de março de 2013

Que cena


Dizem que a tradição já não é o que era, os jovens não respeitam os velhos, estes que estão esquecidos num canto qualquer, e passam os dias sozinhos sem interagir com ninguém. Não podemos acreditar em tudo que nos dizem, devemos investigar e certificar que assim é, ou não.
Tomei a decisão, vou à encenação da vida, para isso escolhi um bom lugar, esperei que as luzes se ligassem e que os personagens aparecessem. Fui procurar um palco movimentado, para poder tirar um maior proveito, para no fim, estar com a alma cheia e todas as teorias estivessem, ou não, comprovadas. Vi jovens e menos jovem, entrarem em cena, centrei-me na interacção dos personagens, momentos dramáticos cruzam-se com comédia, uma lágrima aqui, um sorriso acolá, tudo se passa a um ritmo intenso. Jovens que passam sozinhos, outros em grupo, sorrisos estampados na cara cruzam-se com a angústia do passar do tempo. Como espelho, mas com umas rugas a mais, passam velhos, que mesmo sozinhos, sorriem para quem com eles contracena, procuram deixar uma palavra sábia para ajudar no enredo, passam também de mão dada com a força da vida.

Cada cena é única, não se repete. Resolvo sair a meio, para mim chega, tenho de correr para casa, partilhar com o Mundo o que vi, pego na Mochila e corro, cada vez mais rápido, é urgente partilhar, ninguém pode ficar indiferente à cor, aos cheiros, à musica, tudo nos faz participantes desta história.
Afinal, não abandonamos só os velhos, também os jovens, por vezes representam sozinhos as cenas, que o encenador lhes propõe. Os argumentos contemporâneos são misturas explosivas, que misturam euforia com solidão, alinhando o bem com o mal.

O final é deixado ao critério do espectador, pelo encenador. Podemos reescrever a cena em cada momento, a apresentação não é fechada, estamos sempre a tempo de criar uma cena nova, e no fim não acabarmos sozinhos.
Deixo para já isto assim, proponho que escrevam qualquer coisa para completar o argumento.
Eu por mim… Gosto de finais felizes.


sexta-feira, 22 de março de 2013

Historia, recomeço e a Mochila.


Estamos próximos ao fim de semana, dias de descanso e reflexão, que me fala em perdoar e recomeçar.

Estes sentimentos, fazem-me lembrar e querer partilhar, a história do Zé.

Resumidamente, o Zé, é um rapaz de família, bom aluno(sempre foi estudioso), com uma grande consciência do bem comum. O Zé, fez o seu curso superior, com enorme facilidade (estuda todos os dias, Domingo inclusive), começou cedo a trabalhar, para o bem de quem o rodeia. A consciência Ambiental, foi uma marca forte, na vida deste nosso “herói”, durante largo tempo, tudo fez, para que o enquadramento, fosse o mais favorável…

O dom da palavra e de agregar à sua volta, é uma marca indelével, na sua forma de ser e estar. É um líder, a vida proporcionou-lhe, o poder de conduzir, destinos diversos e alargados, casou amores e ódios, podemos admitir, que não teve o melhor dos desempenhos e que ainda hoje, muita gente sente isso na pele. Deixou de estar presente, o seu gosto pelo estudo e ancia de conhecimento, levaram-no a procurar ensinamentos, por terras longínquas. O amor a ciência e as letras, fizeram com que, sozinho se sacrifica-se, com uma vida austera, em paragens tão agrestes e distantes.

Ora, é aqui que entra o perdão e o recomeço. Um amigo, quis dar ao Zé, a oportunidade de recomeçar, algo que todos temos direito e porque não dizer, o dever. Chamou-o para junto dos seus e pediu, que partilhe o conhecimento, que de forma tão nobre e estoica, adquiriu. Contudo, muitos ainda não preparados, para um recomeço do Zé e não querem vê-lo a brincar de novo na nossa rua. Eu, confesso que qual “Velho do Restelo”, também fui contra num primeiro instante, a que voltasse a partilhar a vida connosco. Mas a minha consciência e forma de ver a vida, leva-me a dizer ao Zé, para voltar. Até porque ele, não é o único “menino” fez asneira.

Há uma coisa, com a qual não estou de acordo… O zé pode voltar, mas não precisa pousar a Mochila, no meio do recreio, em hora de intervalo e pôr-se a gritar as suas ideias, para todos ouvirem.

Chegou a Primavera, peguem na mochila e vão conviver. Bom fim de semana.

quinta-feira, 21 de março de 2013

B. Augusta


“E quê, tá tudo?”*

Quando penso em Braga, vem-me logo à ideia, a Universidade, o “Enterro da Gata”*, noitadas, miúdas, copos e as guerras dos adeptos do Braga.

Com base nesse pensamento diria então que só vale a pena ir a Braga por causa das gajas, para apanhar bebedeiras e andar à porrada, ou como se diz no estrangeiro, Sex, Drugs & Rock n’ Roll.
No entanto, agora da terra do “desandador”* e da “pasta de chocolate”*, surge uma novidade…

Uns putos “begueiros”*, estudantes do secundário que queriam “fazer a pomba”*, tiveram a ideia de criar uma mochila virtual.
O conceito tradicional de Mochilista não é para eles, e como não querem andar de mochila às costas, desenvolveram aquilo a que apelidaram de Virtual bag.
Basicamente é uma plataforma que substitui a mochila tradicional, onde os cadernos, livros, fichas de avaliação, réguas e calculadoras, ficam à distância de um clique.

Como hoje em dia a criançada é toda muito emancipada, criaram logo uma empresa, e mandaram-se para concursos internacionais. Como se isso não bastasse, ainda se fartaram de ganhar prémios.
A Big Bang Enterprise, ganhou o prémio de melhor empresa, numa feira que reúne empresas de toda a Europa e que decorreu na Letónia, a Ja-Ye Europe Trade Fair (Júnior Achivement – Young Enterprise).

Num concurso que decorreu de 13 a 15 de Março de 2013, eles foram distinguidos com as melhores classificações nas categorias de, produto mais inovador, melhores vendas, melhor stand e melhor perfil internacional.

Apenas o futuro dirá se vão singrar com este produto, mas pelo menos já provaram “que são de Braga”*, ao deixar a porta aberta para um maravilhoso mundo novo, cheio de oportunidades.
 




* Expressões típicas de Braga, apenas para “connoisseurs”.

terça-feira, 19 de março de 2013

Artesanato


Vai passando de boca em boca, a história, de um rapaz português, de aspeto diria, entre o hamster e o macambuzio, que diz a lenda de uma inteligência e capacidades fora do vulgar. Tem um tom de voz encantador, tanto que ao fim de cinco minutos a ouvir o que tão sabiamente tem para dizer, metade da audiência, dorme profundamente, a outra metade, tem vontade de o matar. Sabe-se também, que é possuidor de uma capacidade fora do comum, para fazer previsões e que os resultados são na maioria das vezes, para não dizer sempre, errados. Este rapaz, consegue ao longo do tempo, fazer com que a vida dos que o rodeiam, seja manifestamente, pior. Existe, um grande numero de pessoas, que o tem como um novo Rei Midas, pois, tem a enorme capacidade, de multiplicar tudo onde toca, exemplo disso, é a taxa de desemprego do pais, para o qual orgulhosamente…colabora. Nos dias que correm, muitos dos portugueses, que ele de forma tão patriarca, apelida de, Bravos, Corajosos, melhor povo do Mundo, tem-no como um dos mais proeminentes astrólogos, e auguram-lhe um grande futuro por esse Mundo fora, por países muito, muito distantes de Portugal. Ele, como aluno brilhante e aplicado que é, já se prepara para espalhar a cultura e as tradições do país, por esse planeta fora, dizem que já comprou, “souvenirs” de artesanato das Caldas da Rainha, para levar com ele e matar as saudades do país que deixa para trás.

Adeus, “vitinho”. Tem cuidado onde pousas a mochila, não te esqueças de ir com o artesanato.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Tuning


Diz o presidente do Chipre que ao criar um imposto sobre os depósitos bancários, escolheu a solução menos dolorosa para conseguir o resgate financeiro para o país.

Menos dolorosa??!!! Só se for para ele…

O pior disto nem é a medida em si, mas o facto de alguém se ter lembrado dela, ou seja, agora o conceito já existe.

Sabem aqueles adeptos do tuning que querem à força ser diferentes e originais, e pintam as jantes de verde fluorescente, ou põe luzes led nas antenas???
Pois por mais ridículo que isso pareça para a maioria, há sempre alguém que acha piada aquilo e tenta imitar, obtendo no final um resultado ainda pior do que o original, já de si bastante mau.

A situação do Chipre parece-me claramente um caso de tuning financeiro.

Pelo sim, pelo não, antes que alguém ache piada à ideia, vou começar a guardar o dinheiro na mochila.

sexta-feira, 15 de março de 2013

McFly

“No futuro todos terão os seus 15 minutos de fama.”

Não fui eu que disse, acho que foi um fabricante de sopas americano, mas isso também não é relevante para o caso.
O importante é que até as mochilas têm o seu espaço no mundo audiovisual.
Por isso mesmo, merecem, e serão aqui mencionadas, sempre que for oportuno
Provavelmente uma das mais famosas, senão mesmo a mais famosa, é a Eastpack Padded Pak’r Returnity Red.

É uma mochila com dois compartimentos, de material altamente resistente ao desgaste, base reforçada e alças acolchoadas, o modelo ideal para o Mochilista urbano, jovem, activo e que faça grandes viagens.



Fazer o curso com uma mochila as costas

Nos dias que correm generalizou-se a ideia que não é difícil ser alguém na vida. Pergunto-me muitas vezes, o que é ser alguém?

Num conceito mais geral, ser alguém é aquela(a) que ganha muito dinheiro, faz pouco, veste roupa com logos visíveis de marcas conhecidas(não importa o local de aquisição), tem um carro grande e vistoso, e uma casa com muitas divisões para limpar. Não podemos esquecer o curso. Tem de obrigatoriamente ter um titulo, daqueles que soam pomposos, Senhor Doutor, Senhor Engenheiro, Sua Excelência… O local e a hora em que foi laureado, não é importante, interessante mesmo é passar na tv e ter fotografias para publicar na rede, para colocar todos os “voyeurs” a morderem-se de inveja.

Com estes predicados todos assegurados, está o indivíduo lançado para a vida, pode correr Mundo e ser apreciado por todos.

Com esta descrição, surge-me uma duvida. Será que os “Migueis” e “Josés” desta vida fizeram o curso, com uma Mochila as costas?

quinta-feira, 14 de março de 2013

Falar de Mochilas?


Falar de Mochilas? Perguntam vocês!

Sim, porque não? Se fizerem uma pequena reflexão, imediatamente entendem a imensa importância que “elas”, as mochilas, têm no nosso quotidiano.

O Conclave que anda agora nas “bocas do mundo” por motivos óbvios, realiza-se na sobejamente conhecida capela Sistina, capela essa que os nossos caros leitores sabem foi toda “grafitada” pelo Miguel, o Miguel Ângelo, a mando do então papa regente, Júlio II.

Permitam-me, mas pergunto eu:

- Imaginem se o Miguel fosse interrompido por algum mestre-de-obras a colocar em causa a sua sexualidade por em determinado grafiti estarem dois homens praticamente nus a tocarem seus dedos indicadores um no outro!

Mas que raio diria o Miguel?

-É pá, realmente isto está um bocado “apaneleirado”, vou mas é apagar isto tudo e reformular todo o grafiti!

Que visão teria hoje da Capela Sistina?!

Pois é! Pelo mesmíssimo motivo, estamos aqui a defender o conceito e a prática do mochilismo em todas as suas mais variadas vertentes.

P.S- Sem mochilas, onde é que o Miguel e seus ajudantes guardariam os pinceis, as trinchas e as tintas?

terça-feira, 12 de março de 2013

Porque escolhi a Mochila?!


A necessidade de transportar bens, fossem eles, alimentos, livros, brinquedos, roupas, ou mesmo só a vontade de carregar comigo um “adorno” para completar a indumentária, surgiu desde os mais tenros anos da minha existência.

Como todos, procurei logo que o “vasilhame” para transporte, me distinguisse dos demais, que marcasse a minha presença.

Primeiro surgiu a pasta. Uma pasta em couro, parecia um Médico, um Engenheiro, era um qualquer Doutor de palmo e meio. Já nessa altura se podia ser doutor, sem estudar, bastava procurar a equivalência na pasta.

Sempre ouvi dizer que, um “Burro carregado de livros é um Doutor”, mas era um fardo muito pesado para mim.
Mais tarde surge o saco. Não era um saco qualquer, era um igual ao que o futebolista da moda naquela época usava, de uma marca conhecida, que só pelo seu símbolo dava ares de uma certa nobreza. Chegava a qualquer lugar e estacionava o meu bólide, em primeira fila, para que todos apreciassem e sonhassem com o dia em que também tivessem o seu. Contudo, percebi que as minhas costas e ombros não alinhavam com “novo-riquismo”, e arrumei o antigo objecto de desejo no fundo do arrumo mais desprovido de luxos, e com semblante mais austero que tinha em minha casa.

Perdido, e sem o “vasilhame” certo, cheguei a andar com as coisas na mão, cheguei a não saber o que fazer, e pensei que o meu destino fosse usar um qualquer saco de plástico de hipermercado, que todos os meus sonhos estariam irremediavelmente perdidos.
Certo dia, quando já nada o fazia esperar, eis que surge uma luz, diria (aos dias de hoje), que a minha vida se transformou num palco iluminado e cheio de brilho. Ofereceram-me a minha primeira Mochila. No princípio estranhei, tenho de confessar, aquelas alças, o tecido impermeável, compartimentos para os mais variados objectos que transportava, não era normal. Fiquei mesmo desconfiado, o ditado é antigo e diz, “Quando a esmola é muita, o pobre desconfia”. Os dias foram passando, e cada vez gostava mais da companhia da Mochila, senti que estava ali o “vasilhame” com que sempre sonhei. As minhas costas e ombros rejubilavam de alegria, não mais doeram, e marcas… nem vê-las. 

A relação de confiança cresceu a cada momento, quando dei por mim, já era amor. Amor que cresce, e floresce a cada dia. Posso dizer que somos felizes! Poucos são os dias em que não saímos juntos, e quando isso não acontece vou sempre dar um carinho à minha Mochila antes de dormir.
  

A história da Mochila


A mochila primitiva foi originalmente criada no continente Africano num formato diferente da dos dias de hoje. Elas eram feitas de remendos das peles dos animais considerados poderosos, fortes ou dignos de respeito, e eram utilizadas primariamente para carregar água, comida e eventualmente filhos.

Os princípios da mochila moderna, tal como a conhecemos actualmente, tomou forma a partir de uma edição da revista "Outing Magazine", que ensinava a dobrar uma coberta de forma a que virasse um pacote para carregar nas costas. Esse modelo caiu no gosto popular, sofreu modificações, e passou a ser usado especialmente para conhecer lugares desconhecidos e pouco explorados.

Nos dias de hoje, as mochilas são feitas de materiais como polietileno com estruturas de fibra de vidro, ou de carbono. São várias as opções de mochilas, com cores vibrantes, produzidas com nylon ou poliéster, com logótipos ou bordados, e vários compartimentos.

A etimologia da palavra mochila segundo a obra: "A origem da Palavra":

Os (...) "romanos costumavam fazer uma coisa para distinguir os seus criados: cortavam-lhes rente o cabelo. Devido a isso, eles eram chamados mutilus, “mutilado”. Acho que eles apreciavam muito os cabelos, a ponto de chamar de aleijado aquele que não os podia usar longos. Por isso, mutilus acabou significando “criado”. Após uma passagem pelo Basco, a palavra passou a motxil, e acabou designando o saco que muitas vezes os servos levavam às costas para carregar os objetos dos seus patrões – ou seja, a “mochila" (...)
  


sexta-feira, 8 de março de 2013

S.P.M.


A Sociedade Portuguesa de Mochilismo (S.P.M) surge da necessidade de enquadramento que alguns praticantes sentiam, e que por diferentes razões não encontravam noutras actividades.

Os membros fundadores, com mais de 30 anos de experiência na prática do Mochilismo, decidiram juntar esforços e conhecimentos, de forma a dar "abrigo" a uma actividade milenar, mas à qual nunca foi dada a verdadeira importância ou reconhecimento.

A S.P.M. tem como fundamentos básicos a preservação, divulgação e consolidação da actividade, unindo todos os praticantes em torno de um só objecto, a Mochila.

Embora o Mochilismo aceite e reconheça a existência de outras práticas, ele é uma actividade bem definida e com propósitos bem claros, não podendo por isso ser confundida com outras correntes como o Saquismo, o Malismo, ou mesmo o Pochetismo.

O Mochilismo não distingue credos, raças, ou géneros, por isso, quer sejas novo na actividade, ou um verdadeiro dinossauro, esta é a tua casa.