Contemporaneamente,
muitos interpretam a palavra fidelidade de uma forma distinta da que tradicionalmente
é a sua interpretação. Contudo, fidelidade não é uma palavra, é um sentimento,
é um “modus operandi”, que faz base a todos os tipos de relação. Fidelidade é
saber que contamos com algo, ou alguém independentemente das circunstancias e
ou adversidades.
Todo
este raciocínio prévio provém da inquietação que provocou um pensamento, depois
de observação das notícias destes últimos dias, sobretudo da tragédia e do
drama que provocam as cheias. A dúvida é: É mais fiel o meu cão, ou a minha
Mochila?
A
resposta pronta e sem pensar (reforço o sem pensar), é que será o cão, pois é
amigo, é um ser vivo, pode procurar ajuda por nós, é fofinho, mesmo não sendo
bonito e dá à cauda. Mas parando para pensar, apercebemo-nos que o cão esperto,
e até um pouco inteligente (nem faço comparações com alguns seres vivos
falantes), que a dada altura se apercebe que o lado de dentro é mais quentinho
para dormir, e nos deixa a dormir com as costas descobertas viradas para a
corrente de ar, que os beijinhos da Clotilde são bons de receber, e nos passa a
frente na fila para os receber. Poderia enumerar muitas outra situações que
colocariam em causa a fidelidade do cão, contudo prefiro vos falar da Mochila e
do quanto nos é fiel. A mochila é nossa (é como o gelado), vai sempre atrás de
nós (não vou em modernismos de a colocar a frente), podemos arrumar tudo dentro
dela, sem protestos ou latidos, enquanto couber deixa que sejamos nós a decidir
se já chega, mantem tudo no lugar em que deixamos, permite que decidamos com
quem vamos parar para falar, sem assustar o nosso interlocutor, fica quietinha
onde a deixamos, e principalmente, a Clotilde não lhe dá beijos (mesmo
merecendo muito).
Por
tudo isto, opto pela Mochila como fiel companheira, para as viagens por essa
estrada fora.
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